Medicina

 

 

 

 Entrevista a profissionais nas áreas da Saúde Tecnologias e Ciências diplomados

no ensino superior público universitário

 

  1. Que curso do ensino superior frequentou e a que faculdade?

                                              

                Curso de medicina em Faculdade de Medicina de Lisboa

 

E – Como é que escolheu o curso do ensino superior em que se diplomou?

 

1º Porque gostaria de ir para a medicina e depois fui fazer teste de orientação profissional e me disseram que «sim senhora que poderia seguir nesse sentido». Digamos que aquilo foi mais o ir para a orientação profissional foi mais como uma segurança para mim que eu não tinha.

 

 

  1. Qual é aproximadamente a percentagem de diplomados que arranja emprego em menos de um ano?

 

Neste momento já não é exactamente 100% porque há pessoas que acabam por ter vagas nos sítios onde não querem e especialidades que não querem. Antes é a pessoa que escolhia o sítio e a especialidade que queria.

 

E- O que é que os diplomados pode fazer em relação a isso hoje em dia?

 

 Fazem o ano de estágio obrigatório e depois saem do estado, saem do serviço público e vão trabalhar para o privado porque há muitas coisas no privado inclusivamente já faz formação.  

 

 

  1. Como arranjou o 1º emprego?

 

Quando acaba o curso de medicina entra-se directamente na carreira, ou entrava se directamente na carreira do estado.

 

 

  1.  Tem alguma ideia de distribuição dos diplomados pelas várias especializações?

 

Há muitas especialidades que tem muita procura e poucas vagas e há outras que tem pouca procura e muitas vagas

 

E – O preenchimento dessas vagas são feitas de acordo com as notas?

 

São 

 

 

 

  1. Que actividades se realizam nesta profissão?

 

Pode ir para a carreira hospital, de saúde pública, de clínica geral. Mas no geral em termos de internamento, os diagnósticos, escolha de exames auxiliares para consolidar esses diagnósticos. Serviço de internamento, serviço de consultas, serviço de urgências. A carreira hospitalar é essencialmente de diagnostico e terapêutico de situações complicadas ou graves. Depois, clínica geral é sobretudo no laboratório. E na saúde pública é sobretudo que toca em vacinas, protecção contra epidemias.

De um modo geral a carreira hospitalar e de clínica geral trata dos doentes. E a saúde publica trata mais das doenças.

 

E- Só para termos uma ideia quantas escolhas, digamos um medico tem se fazer para, não sei se existe fim da carreira do medico, mas quantas escolhas teve de fazer ao longo do curso?

 

1º Tive de escolher o curso, depois tive de escolher a cidade que naquela altura só havia Santa Maria. Mas hoje em dia, as pessoas podem escolher entre a faculdade nova de Lisboa e a clássica. Depois dentro da própria formação a gente escolha os serviços dos hospitais que quer passar. Tens 10 serviços de medicina e tens de fazer um ano de medicina, tens de escolher o serviço.

 

E- Estamos a falar dos últimos anos do curso?

 

Não, ainda estamos a falar das escolhas dos cursos. Só a partir do estágio do internato é que o próprio tenta escolher e depois lá trabalha. Portanto os serviços, depois de fazer a rotação dos serviços todos para ter uma noção da medicina geral em que passa por cirurgia, pediatria, afectam contagiosos, a medicina, o laboratório. E a seguir ainda temos de escolher uma das especialidades. Portanto tens dois anos para escolher a especialidade. Agora é 1 ano e meio mas na altura era 2 anos. E agora está cada vez mais curto para aproximar da Europa. Com esse curto tempo, a escolha da especialidade parece mais que um teste uma escolha múltipla do que propriamente um teste de escolha múltipla sem perguntas e é esse teste que marca a entrada da especialidade. É a nota desse teste que as pessoas ficam classificadas. DA nota mais alta até o mais baixa começam a escolher especialidades e sítios. Quando chega assim o 20º ou 15º, essas pessoas já não conseguem ir para a especialidade e sítios que querem hoje em dia.

Portanto depois de escolher a especialidade tem de escolher o sítio onde vai fazer a especialidade. Simultaneamente a eles escolhem a especialidade e o sítio. Mas depois dentro da especialidade que são 3 a 5 anos tem de escolher os 2 anos fora da especialidade. Portanto nesses 5 anos, 3 são de especialidade e 2 fora de especialidade que é medicina geral.

Depois de concluir a especialidade, vais ao concurso para escolher o sítio que queres trabalhar, que pode corresponder ou não.

É difícil explicar a carreira da medicina em si.

 

 

         

 

 

 

 

  1. Quando escolheu o curso do ensino superior tinha uma ideia correcta de como ia ser o seu percurso académico e a sua carreira?

 

Académico sim, mas a carreira não. A carreira foi semi-orientada

 

 

 

 

  1. Qual é a remuneração média dos diplomados ricem licenciados?

 

Por volta dos 1200€, sem horas extraordinárias. As pessoas recebem o ordenado base de 1200€ não limpos que depois se desconta. Mas depois as horas extraordinárias, os serviços das urgências, acabam também por receber o salário base.

 

E- E nesses ordenado mínimo quantas horas trabalham um medico por dia?

 

Por dia não, fazemos contas com semanas que são 35 horas semanais. Depois se a seguir fazes mais 24 horas por semana durante um mês. As pessoas sobrevivem com as horas extraordinárias. Essas guerras políticas que há aí sobre se deve haver equipas fixas nos horários fixos. As pessoas precisam ganhar as horas extraordinárias. Uma equipa fixa que ganha um ordenado fixo, o estado poupa imenso dinheiro. Porque pelo menos naquele horário deixou se de pagar aos extraordinários. Mas as pessoas que viviam relativamente bem com 1200€ mais, por exemplo 800 de extraordinário, ganha 2000. Tirando os 800 já não vivíamos bem com os 1200 porque depois recai o IRS, descontos no ADSE. 

 

  1. Quais os aspectos que considera positivos nestas profissões? E negativos?

 

Eu acho que as pessoas devem manter se actualizado, portanto é uma actividade dinâmica de aprendizagem. Entra sempre contacto com os mais novos e em termos de interno, ajuda a envelhecer menos ou menos depressa. E depois é assim, uma coisa é muito positiva se a pessoa for muito activo mas normalmente a actividade é superior do que aquilo se deseja. Portanto uma coisa positiva que se transforma numa coisa negativa.