Engenaria Naval

 

  1. Que curso do ensino superior frequentou e em que faculdade?

 

Curso de engenharia naval, no Instituto Superior Técnico.

 

  1. Como escolheu o curso do Ensino Superior em que s diplomou?

 

Quando soube que havia engenharia naval, pareceu me uma escolha natural.

 

E – E procurou informar antes?

 

Muito pouco

 

E – Porquê?

 

Eu estava orientada para engenharia informática, sobre esse informei me muito. Quando soube que havia engenharia naval, decidi que era engenharia naval, sem investigar muito. Foi uma espécie de chamada a vocação

 

 

  1. Foi fácil encontrar emprego depois finalizado o curso?

 

No meu caso foi. Comecei a trabalhar onde ainda trabalho agora antes de acaba o curso.

 

E – antes de termina o curso já estavas a trabalhar?

 

Sim.

 

E- Como é que funciona isso ?

 

Foi um professor meu que tinha um projecto de formação, no Peniche. Precisou de Licenciados e finalista para a formação.  

 

  1. O que é que depende a facilidade ou não arranjar emprego?

 

Desde o meu caso e dos outros casos, depende sobretudo das pessoas certas nas alturas certas. Também depende do mérito, porque conhecer as pessoas certas nas alturas certas, sem ter mérito não resulta. Mas tendo mérito não chega. É preciso também saber o que vai acontecer, quando há oportunidade e ter contacto próximos das oportunidades, porque é assim que a maioria dos empregos são conseguidos.

 

 

  1. Quais são os critérios dos empregadores?

 

Já posso falar como empregador, já tenho feito algumas contratações. O critério dos empregadores, normalmente o que querem é uma pessoa que saibam com quem pode contar em termos de nível de disponibilidade, empenho e competência. Mas só assim não chega. É preciso dar garantias de empenho e disponibilidade de tempo, ou seja, no fundo os empregadores querem procurar alguém próximo da faculdade e decidir receber licenciados. E que querem alguém que possam utilizar intensivamente, para não dizer explorado, o máximo tempo possível. Também é preciso empenho e as qualidades das notas.  

 

 

  1. Sabe qual é percentagem dos diplomados que arranjam emprego em menos de um ano?

 

Não faço ideia. Mas na minha área sei que a percentagem é grande no 1º ano. Eu diria que entre 70 a 80% dos diplomados está empregado.

Isso é opinião minha, não sei se é verdade.   

 

            E – Há desemprego?

 

   Não há desemprego no nosso ramo porque é um ramo muito versátil, que tem muitas saídas que pode ir para as outras áreas de engenharia.

        

  1. Qual é aproximadamente a percentagem de diplomados que arranjam emprego numa área directamente relacionada com o curso?

 

Na minha área talvez 40 a 50%. A maioria muda de ramo porque não é uma área bem remodelada.

A maior parte não está a trabalhar na engenharia naval. Estão a trabalhar na engenharia mecânica ou em gestão ou em logística.

 

  1. Que saídas profissionais existem para os diplomados da sua área?

 

 

É sobretudo ramos da engenharia mecânica, gestão, mas a normalmente já depois de algum tempo de prática na engenharia e logística. São os três ramos principais   

 

            E – Quem são o principais empregadores em Portugal?

   Em Portugal, os engenheiros navais. São as sociedades classificadoras que são entidades que fiscalizam os trabalhos da construção naval e a administração portuguesa do estado que tem instituto portuária do transpores marítimos que emprega os engenheiros navais

 

E – Tem ideia da distribuição destes diplomados por essas áreas que referiu

 

Eu diria que 40 a 50% estão na área de construção naval ligados a produção projecto ou a parte comercial.

 Depois, 20 a 30 % estarão n fiscalização na construção naval.


 

  1. Quando escolheu o curso do ensino superior tinha uma ideia correcta de como ia ser o seu percurso académico e a sua actividade profissional?

 

Quando comecei o curso tinha contacto com professores e profissionais da área.

 

E – Mas antes de começar o curso?

 

Eu não tinha ideia. Acho que foi sorte. Só chegado a meio do curso e que tinha uma noção dos vários caminhos. No meu curso no 1º ano entramos com 40 alunos, no 2º ano, uns 20 e do curso acabaram com 5.

 

E – A que se deve ao abandono ou insucesso?

 

 Os abandonos devem se aos vários factores e um deles foi o principal que foi a media de entrada baixa do curso que eu entrei. Portanto serviu porta de entrada para o Técnico. Depois os alunos ao fim de 1 ou 2 anos faziam o tronco comum, matemáticas e físicas e a seguir pediam transferência para o curso que interessavam. A esmagadora maioria mudou para mecânica ou química ou para industrial ou outros cursos do Técnico.

Já mais para frente do curso do, já tem a ver com a dificuldade do curso, de conseguir fazer o curso.    


  1. Como é a evolução na carreira?

 

É lenta mas segura. São áreas que a aprendizagem demora tempo e portanto quando se entra na profissão, não é mais do que um escravo mal pago, mas compensa porque esta sempre a aprender. Ao fim de 2 ou 3 anos é altura de começar a progredir na careira.

 

  1. Qual é a remuneração média dos diplomados?

 

Licenciados 700 a 900 € e dura cerca de 2 anos essa remuneração. Normalmente os prés licenciados ou finalista entram na empresa do trabalho e ganha pouco mais do ordenado mínimo. Só depois de 2 ou 3 anos é que há um aumento significativo.

 

  1. Quais os aspectos que considera positivos nestas profissões? E negativos?

 

Os positivos, o trabalho com os navios que é sempre bom. Trabalho e vivo sempre ao pé do mar. Permite trabalhar e lidar com conceitos de engenharia de todas as áreas. Permite manter actual e competente tecnicamente em muitas áreas em vez de especializar demasiado só um.

Os negativos, a pessoa tem de estarem constante aprendizagem e que não é fácil com o volume de informação. Não é fácil ser realmente o conhecedor do fundo do mar. Tem muito tempo de trabalho diário, média 12 a 14 horas